segunda-feira, 29 de março de 2010

A letter to Elise.

Esqueça todos aqueles dias que você me fingiu um sorriso pequena Elise, por favor, acredite em mim quando digo que foi melhor assim.

Oh, Elise, não importa o que você faça, eu sei que nunca entrarei em você para fazer seus olhos pegarem fogo do jeito que eles deveriam, do jeito que a tristeza poderia me colocar dentro. Se eles pegassem... Pelo menos eu perderia este sentido de sentir algo mais que se esconde longe de mim e você.


Eu poderia te segurar agora e tirar toda a sua dor, todo seu desamparo e acabar de vez com todos aqueles seus pensamentos ruins. Aqueles que você esconde de seus pais, amigos e irmãos. Aqueles que você nunca me confessou, mas eu consigo ver nos seus olhos. Aqueles mesmos olhos que me disseram "eu te amo" naquelas noites em que éramos só eu e você.

Estamos a mundos de distância com aparência sofrida e corações partidos.


Ela me dizia as coisas triviais, coisas que a deixavam momentaneamente feliz. Ela parecia perfeitamente bem com isso. Parecia. Ela me dizia palavras baixas, algumas tantas com um tom de zombaria. Ela me dizia todo dia. Eu não queria quebrar meu coração novamente e ela tinha mãos fracas para segurá-lo. Muita responsabilidade para colocar em mãos tão pequenas e frágeis. Ela dizia tudo naquele tom divertido que sempre tinha, mas sempre havia algo a mais naquelas palavras que eu tentava saber o que era e ela nunca mais me permitiu olhar nos olhos dela pra tentar adivinhar.

Eu fiquei parado e olhei fixamente de olhos bem abertos na sua frente e o rosto que eu vi olhou de volta do jeito que eu queria, mas não consigo segurar minhas lágrimas do jeito que você consegue.

Por todos estes anos ela me disse aquelas palavras, ela nunca se cansava, nem meu coração cansava de olhar para ela e ver que era ela quem ele queria lá dentro. Pulsando... Vivendo ali.

Elise, acredite que eu nunca quis isso. Eu pensei que desta vez manteria todas as minhas promessas. Pensei que você fosse a garota com que sempre sonhei, mas deixei o sonho ir e as promessas se quebraram... E o faz-de-conta fugiu... Oh, Elise. Não importa o que você diga eu simplesmente não posso ficar aqui a cada ontem como continuar agindo igual ao modo como representamos, cada forma de sorrir. Esqueça. Faça de conta que nunca precisamos de nada mais do que isso... Nada mais do que isso.

Todo dia eu insistia em sorrir e ela insistia em fingir que não escutava. Não sei se Elise me amava mais daquela forma, ela não me dizia nada. Em um dia distante ela retirou minhas dúvidas e disse que me amava, mas não era como antes. Ela me considerava um bom motivo, um de seus bons motivos. Só nunca disse o que eu queria ouvir.

Commedia dell'arte.

Visto meu amor com um manto de ignorância, minha desesperança com uma pitada de desespero, meus suspiros sempre escondendo todo o desejo que tenho no peito. Nunca mais menti, não pra você, talvez minha extrema sinceridade tenha me impedindo de dizer o que é mais importante e a única coisa que você não consegue entender em mim. Preferindo que não entenda, te mantenho debaixo do meu manto, do meu desespero e dos meus suspiros. Prefiro manter-te aqui dentro daquele pedaço solto de rocha que eu ouso chamar de coração. Todas aquelas lembranças como teu sorriso ou o a tua risada, essas vão ficar. Desde as lembranças dolorosas até as mais doces... Na verdade, tudo é muito doce, apesar de tudo.

Indefinido.

Estas mãos, estes braços, este coração... Eles não podem alcançar tanto quanto gostariam. Não me diga que o coração mudou depois de tão pouco tempo em que percebi que o tinha. Só percebi quando ele doeu, a primeira vez, depois disso ele não parou mais. Queria eu ter nunca percebido ele ali, pensando que só as outras pessoas tinham isso. Poderia conviver com aquele buraco, aquele vazio. Tenho certeza que poderia. Culpo alguém por isso que eu não vejo mais, desapareceu.

Esqueceu. Me esqueceu.

Outras pessoas nunca esquecem, mas aquela, a culpada. Ela fez questão de esquecer e isso dói de alguma forma indefinida e estranha. Deveria doer? Acho que não.
Já fiz muito mal, como também já me fizeram. O estranho é que mesmo me achando tão bom às vezes, existem pessoas que fazem questão de te torturar, parece divertido. Não sei ao certo qual seria o intuito de deixar uma pessoa que você diz amar de uma forma, digamos, "ruim". Você fala e é como se fosse nada. Entenda que nem tudo que as pessoas sentem fica escrito na face delas com asteríscos e notas de rodapé.

domingo, 28 de março de 2010

Every day was like a gift.

Quando havia sua risada, sua voz, seu calor, seu amor... Havia pelo o que sorrir, morrer, matar, viver. Agora, como uma pedra eu sigo o meu caminho. Existindo, nada mais. Servindo a meu próposito. Estar ali para ser chutado, ignorado, quebrado por algumas vezes. E naturalmente, fingindo que tal abuso não me fere. As pessoas olham para você esperando que você seja mais do que um pedaço de pedra cinza comum, querem que você brilhe para que possam lhe lapidar e arrancar uma bela pedra colorida e preciosa de dentro de você, quando elas não acham este interior maravilhoso te descartam, te esquecem.
Quanto á você... Nunca se importou com meu interior e exterior cinza, eu nunca precisei ser realmente precioso para ser visto por ti. Eu só precisei existir, como você sempre vai existir em mim.