domingo, 29 de dezembro de 2013

To the wolves

Ele caminhou sem rumo, cansado, sem sono, sem fome, sem nada. Absolutamente nada, nem ao menos um objetivo. Apedrejado, humilhado, solitário, fraco. As malditas hienas rindo de sua desgraça, apontando e sussurrando palavras impuras, palavras do calão mais baixo e vil que o mundo já concebera. Eram apenas hienas esperando que ele cedesse, caísse aos seus joelhos e implorasse por água, companhia, qualquer coisa que não cheirasse à mentiras. Urubus, hienas e todo o tipo de animal asqueroso que se aproveita da desgraça alheia. E mesmo sem nada nos bolsos ele apenas levantava a cabeça e continuava a caminhar sem rumo, sem mapa, sem destino. Era um perfeito incansável. Seus cigarros não lhe bastavam. Eram ótimos companheiros durante o dia enquanto fingia sorrisos e os abrilhantava para o primeiro sorriso estranho a passar. A noite que era cruel e sem vida. Fingir não era fraqueza; fraqueza era o que batia dentro de si. Como uma bateria fraca, a ponto de ceder. Boom, boom, boom. Eram como pequenas explosões sem força, eram como batidas de um exilado, perfeito perdedor; a presa perfeita. Ou era assim que queriam que ele pensasse. Ou era o espelho mentindo? A derrota está na sua cabeça, te consumindo. Vomitando palavras de ódio, de amor e amaldiçoando qualquer ser que ousasse pisar mais forte a sua frente. Uma saída perfeita. Você sempre soube que não podia ganhar nesse jogo. Eu sempre soube que não poderia ganhar no jogo dele, do amaldiçoado que cruzou meu caminho naquele verão cheio de desgraça. Traiu cada palavra que uma vez ousou proferir e segue mentindo, traindo e apunhalando. Me apunhalando. Amaldiçoo o dia em que ele nasceu.
Left me outnumbered to the wolves.